“Plano Safra deve ser política de Estado, não questão ideológica”, defende Lupion 2y2lr
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) realizou nesta terça-feira (10) o Seminário Plano Safra 2025/2026, com o objetivo de discutir fragilidades do programa atual e buscar soluções que garantam mais previsibilidade, maior volume de recursos e um seguro rural mais robusto no país. O evento reuniu parlamentares, lideranças do agro, especialistas em gestão de riscos e representantes do mercado financeiro para debater propostas concretas de aprimoramento do apoio ao produtor rural. pur
Para o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), o plano safra deste ano é “extremamente desafiador” diante do cenário de altos custos de produção, elevação do frete e ausência de garantias sobre a equalização de juros. Segundo ele, o maior desafio é transformar o programa em política de Estado, livre de vieses ideológicos ou eleitoreiros.
“Temos que tratar o plano safra como questão estratégica para o país, voltada a um setor que é essencial para a economia. Não é na prateleira do supermercado ou no porto de importação que se combate a inflação dos alimentos, mas sim apoiando nossos produtores. Essa é a hora de valorizar o agro brasileiro”, afirmou.
Lupion adiantou que deve se reunir com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para discutir o financiamento ao setor e a possível taxação de instrumentos como LCA e Fiagro. Segundo ele, medidas desse tipo desestimulam investimentos no agro e configuram o pior cenário possível.
“Deixar de ser atrativo para os investidores é o pior caminho possível, por isso precisamos arrumar alternativas para o financiamento do setor. Estamos caminhando para o lado oposto, especialmente quando temos ministros que não conversam com o Congresso. Não sabemos o que vai ser feito no plano safra e nem de onde vem o dinheiro”, alertou.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente da FPA no Senado, também manifestou preocupação com as indefinições do governo e criticou os gastos públicos. Para ela, há um problema estrutural: o governo arrecada muito, mas gasta mal.
“Disse há algum tempo que não gostaria de ser ministra da Agricultura neste momento. Sabia que seria um plano safra difícil por causa da desorganização fiscal. Mesmo arrecadando, o governo não prioriza o setor que mais impulsiona a economia. Queremos ser parceiros do ministro Fávaro, mas é preciso entregar um plano compatível com a importância do agro”, afirmou.
O vice-presidente da FPA na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), defendeu medidas objetivas para reduzir a burocracia e aproximar o que é anunciado pelo governo daquilo que de fato chega aos produtores. Ele reforçou que o setor agropecuário não é subsidiado, ao contrário do que se costuma dizer.
“O que pedimos é fruto do diálogo com as entidades do agro. Não estamos só reivindicando, estamos há tempos sugerindo alternativas para que o plano seja justo para os produtores rurais. O nosso setor não é subsidiado como a maioria pensa e estamos sempre lutando para que os trabalhadores do campo tenham o mínimo para conseguir trabalhar”, esclareceu.
Críticas ao governo
Durante o seminário, parlamentares também fizeram críticas ao governo federal. O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara (CAPADR), afirmou que há um alinhamento entre os ministérios contra o agro.
“Estamos preocupados com os produtores rurais. Este governo persegue o setor produtivo. É difícil ser diplomático quando se observa o tratamento dado ao agro. Há um alinhamento dos ministérios contra quem produz”, disse.
O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), ex-presidente da FPA, afirmou que as ações da bancada têm sido voltadas mais para conter retrocessos do que para celebrar avanços. Ele criticou os gastos públicos e defendeu o setor produtivo. “O governo gasta muito e gasta mal. Coloca a mão no bolso de quem produz porque não sabe istrar. Isso prejudica o agro e, por consequência, toda a sociedade”, afirmou.
O senador Jaime Bagattoli (PL-SC) reforçou a necessidade de o governo reconhecer a importância estratégica do setor agropecuário. “O Brasil enfrenta dificuldades, mas o governo ainda não entendeu que o agro é a mola propulsora do país. Falta segurança para quem trabalha e investe no setor”, avaliou.
Crédito Rural
Um dos pontos centrais do debate foi a necessidade de ampliar e diversificar as fontes de crédito rural, com mais previsibilidade e menos risco. Para Linda Murasawa, diretora da Fractal, os ciclos de instabilidade climática e econômica comprometem o o dos produtores ao financiamento.
“Vivemos um momento de riscos extremos, que elevam as taxas de juros. Quanto maior o risco, maior o custo do crédito e maiores as perdas de safra. Isso diminui a oferta de seguros e pode excluir os produtores do sistema de financiamento no futuro. É uma situação preocupante”, alertou.
Para Octaciano Neto, produtor rural e fundador da Zera.ag, se não existir um controle de gastos públicos, o país vai correr atrás de uma solução cada vez mais difícil. “Se o Brasil gastar menos do que arrecada, nós teremos alguma chance. Mas se tudo continuar como está, não teremos taxas possíveis de serem trabalhadas e o setor continuará penando com os próximos planos.”
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Henrique Afonso Schmitt blumenau - SC 11/06/2025 09:54 6b3n51
Quando um governo arrecada algo parecido com 35% do PIB, ele se transforma no maior sócio de qualquer investimento privado. Conclusão: INVESTIMENTO PRIVADO NÃO EXISTE. EXISTE DINHEIRO PRIVADO. Investimento privado é ilusão. O Governo toma 35%, só gasta, não investe. É só olhar para nossa infraestrutura de mobilidade, de segurança, jurídica...etc... E, pior, não satisfeito com a elevadíssima arrecadação, o governo vai ao mercado financeiro e busca quase todo o dinheiro disponível (deve estar próximo dos 80% do PIB), jogando a taxa de juros para a ESTRATOSFERA, onerando ainda mais os custos de qualquer produção de bens para o setor privado. ELEITOR, PRESTE ATENÇÃO NO SEU PRÓXIMO VOTO!!!